29 de outubro de 2010

I Fórum Nacional de Informação em Saúde - DSS

   O I Fórum Nacional de Informação em Saúde, realizado entre os dias 26 e 27 de outubro durante o XI ENANCIB (Encontro Nacional de Pesquisa em Ciência da Informação), teve como objetivo ser ponto de partida para implantação do GT Informação e Saúde na Ancib (Associação Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Ciência da Informação).

   O primeiro debate do encontro teve como palestrante o prof. Paulo Marchiori Buss, que já foi presidente da Fiocruz e falou sobre o tema dos Determinantes Sociais em Saúde (DSS). Ele inicia sua fala com a afirmação “saúde é uma produção social”. Ele destaca que ela não é exclusivamente um fenômeno biológico; seria, no mínimo, uma questão social ideológica. Para Buss, a crise no sistema de saúde no final do século XX retoma a discussão dos DSS, passando a integrar trabalhos multidisciplinares, em que novos profissionais se dedicam ao tema. Os determinantes sociais da saúde seriam os fatores sociais, políticos, econômicos, culturais, etno-raciais que influenciam a saúde da população. “É uma resposta social organizada ao processo saúde-doença, que se dá em diferentes níveis e esferas”, afirma. Ele aponta, assim, três níveis que influenciam nesse processo:

1). Características individuais – base biológica;
2). Comportamentos e estilo de vida – comportamento pessoal nem sempre é escolha individual, fatores sociais ditam as ações dos indivíduos;
3). Condições de vida e de trabalho – paradoxo: quanto maior o fator de risco de uma pessoa, menor o acesso ao serviço de saúde.

   Um aspecto destacado por Paulo Buss é a distinção entre desigualdade e iniquidade, em que ele defende que a iniquidade é a desigualdade injusta, a qual seria, dessa forma, evitável. Enquanto membro da CNDSS (Comissão Nacional dos Determinantes Sociais de Saúde), o pesquisador aponta que foi criado um informativo sobre as Iniquidades em Saúde no Brasil. “O problema de saúde no Brasil está nas iniquidades nas condições sociais e de saúde e no acesso aos serviços sociais e de saúde”, salienta Buss. E aponta que dois caminhos importantes para vencer essas iniquidades seriam a intersetorialidade e a participação social.

Para saber mais, acesse: http://determinantes.saude.bvs.br/

25 de outubro de 2010

VIII Erecom - Análise de discurso ou conteúdo?

   Na semana passada, aconteceu em Juiz de Fora o VIII Encontro Regional de Comunicação – Erecom, organizado pela Facom (Faculdade de Comunicação da UFJF). Embora o evento fosse de natureza regional, duas instituições de outros estados participaram do Erecom 2010: a UNISINOS (Universidade do Vale do Rio dos Sinos) e a UFG (Universidade Federal de Goiás). O tema do encontro esse ano foi Comunicação e Interatividade.

   A princípio, o tema do evento não teria nada a ver com a pergunta que indago no título dessa postagem, mas essa foi uma das discussões a qual tive a oportunidade de assistir. Aliás, nessa mesma sala, estavam José Luiz Braga e Antônio Fausto Neto, dois importantes pesquisadores da Comunicação. Ao preparar o projeto, os alunos de mestrado/doutorado se deparam com a temida e indispensável questão da metodologia. E, como não poderia ser diferente, estou nessa fase. E novamente me vejo perseguida pela análise de discurso e conteúdo, justamente pontos de discussão na apresentação do trabalho da jornalista Ana Carolina Rocha Temer (professora da UFG) “Comentários sobre uma nova analítica da mediatização a partir das novas estratégias discursivas do jornalismo: a perspectiva teórica do professor Antônio Fausto Neto”.

   Ainda que a discussão tenha me ajudado a entender um pouco mais os conceitos das análises de discurso e conteúdo, preciso me debruçar mais sobre o tema e o livro “Comunicação & Discurso”, de Milton José Pinto, tem me ajudado nisso. De qualquer forma, certamente não irei trabalhar com análise de conteúdo uma vez que, sendo uma metodologia embasada em procedimentos de ordem quantitativa, não me atenderia no que proponho em minha pesquisa. Sendo assim, sigo o rumo à metodologia...

18 de outubro de 2010

Vendendo Saúde - História da Propaganda de Medicamentos no Brasil

O livro "Vendendo Saúde - História da Propaganda de Medicamentos no Brasil" traz uma perspectiva muito interessante dos anúncios de medicamentos, relacionando ao contexto histórico e aos costumes e tradições de cada época. Abaixo um esquema que elucida um pouco dessa história:


13 de outubro de 2010

Genéricos Ameaçados

   Os governos mais ricos do mundo estão negociando um acordo secreto que poderá restringir a comercialização de medicamentos genéricos essenciais. Esse acordo sobre propriedade intelectual vem sendo negociado a portas fechadas por EUA, Japão, União Europeia e outros oito países. Se selado, afetará de distribuição de remédios genéricos a conteúdo na internet.

   O ACTA (acordo comercial antipirataria, na sigla em inglês) passa ao largo de instituições multilaterais como a OMC e a Organização Mundial para Propriedade Intelectual (Ompi) e teve seu cronograma de negociações acelerado recentemente para permitir sua assinatura até o fim deste ano. O problema é que esse acordo tem sérias implicações no mercado de medicamentos no mundo. Milhões de pessoas pobres dependem dos medicamentos genéricos para tratar doenças como a malária e o HIV. Se o tratado for adiante, muitas pessoas não terão mais acesso a remédios de baixo custo, colocando milhões de vidas em risco.

   O ACTA trataria muitos medicamentos “genéricos” e "falsificados" de forma idêntica, sujeitando os genéricos às mesmas táticas de “apreensão e destruição” aplicadas aos medicamentos falsificados.
  Gigantes da indústria farmacêutica afirmam que isto é necessário para proteger os consumidores - mas eles mesmos vendem versões genéricas de medicamentos cujas patentes expiraram. Os medicamentos genéricos, que são muitas vezes 90% mais baratos, não são inerentemente mais ou menos seguros do que os medicamentos de marca. O que está em jogo é o lucro das empresas farmacêuticas versus a vida das pessoas mais carentes e necessitadas. Um dos principais alvos desse tratado é o Brasil, que está sendo intencionalmente excluído do processo, junto com a China e a Índia. Os países responsáveis estão se apressando para fechar um acordo antes que haja uma revolta da opinião pública, mas as notícias sobre o tratado vazaram e a oposição está crescendo.

   Você pode participar das manifestações contra o ACTA. Uma delas é a petição da rede Avaaz. Assine e divulgue: http://www.avaaz.org/po/acta/?vl.

Leia mais sobre o ACTA no site Cultura Livre.

1 de outubro de 2010

ANVISA e FDA firmam parceria

   O acordo firmado entre a Anvisa e a agência americana FDA (Food and Drug Administration) na última quarta-feira, 24/09, em Washington, virou tema das instituições de saúde nos últimos dias. A parceria de confidencialidade para a troca de informações trará novidades, mas ainda é cedo para afirmar quais serão as mudanças mais significativas no modelo regulatório da ANVISA. Portanto, seguem trechos da matéria publicada no site da agência:

   “Na prática, a medida contribuirá, por exemplo, para agilizar o registro de medicamentos, diminuir a necessidade de inspeções e acelerar a avaliação sobre a retirada de produtos do mercado. O acordo é a primeira etapa para o reconhecimento mútuo entre as duas agências e envolve três áreas distintas: registro de medicamentos, equipamentos e produtos médicos; inspeções e vigilância pós-mercado. ´Isso tem um impacto brutal porque, se eu tenho acordos que me permitem reconhecer etapas já realizadas pelo FDA e vice-versa, ganho em rapidez, segurança, evito dispersão de recursos e sobreposição de trabalho´, afirmou o ministro da Saúde, José Gomes Temporão.

   O acordo permite a troca de todas as informações sobre registro de medicamentos entre as duas agências, o que não só facilita a liberação de venda do produto, como evita o retrabalho na análise da documentação das empresas. Outra novidade é que as agências passam a reconhecer as inspeções realizadas pela sua correspondente no país estrangeiro. No caso de medicamentos, por exemplo, a Anvisa não precisará deslocar técnicos ao exterior para certificar as fábricas do produto. Basta que o produtor tenha a inspeção em dia com o FDA.

   Anvisa e FDA passam, também, a trocar informações sobre a pós-comercialização dos produtos. Nas situações em que uma das agências identificar a necessidade de recolhimento de um produto do mercado, sua correlata estrangeira saberá da decisão automaticamente”.

Acesse a matéria na versão integral: htttp://www.anvisa.gov.br